
Poucos momentos no futebol brasileiro são tão emblemáticos quanto a semifinal da Libertadores de 2000 entre Palmeiras e Corinthians. Um clássico que extrapolou o campo, que paralisou o país e eternizou um dos episódios mais marcantes da rivalidade paulista. Passadas duas décadas e meia, o duelo segue vivo na memória dos torcedores — e o Lance! relembra os 25 anos do pênalti cobrado por Marcelinho Carioca, um lance que selou destinos e feridas que jamais cicatrizaram completamente.
O Clássico do Século
Na época, Palmeiras e Corinthians viviam fases poderosas, recheados de craques e disputando tudo no mais alto nível. De um lado, o Verdão comandado por Luiz Felipe Scolari, atual campeão da América. Do outro, um Timão estelar, com nomes como Dida, Ricardinho, Vampeta, Rincón e Marcelinho Carioca — o maestro e ídolo da Fiel.
Era a segunda semifinal consecutiva de Libertadores entre os rivais, e o clima não podia ser mais explosivo. O primeiro jogo, equilibrado. O segundo, tenso do início ao fim. O empate no tempo normal levou a decisão para os pênaltis — e o destino, como tantas vezes no futebol, resolveu escrever uma história inesquecível.
O pênalti que virou lenda
Marcelinho Carioca, o “Pé-de-Anjo”, era o cobrador oficial. Líder técnico e emocional do time, tinha nas costas a responsabilidade de manter o Corinthians vivo na disputa. Mas frente a ele estava Marcos, o goleiro símbolo do Palmeiras, que já vinha brilhando nas decisões por pênaltis.
O chute saiu fraco, previsível. Marcos defendeu. O estádio explodiu. Era o fim para o Corinthians, que caía novamente para o rival. E para o Palmeiras, era a consagração de mais uma epopeia continental.
“Naquele momento, eu só pensava em ajudar meu time. Tinha estudado os batedores. E com o Marcelinho, eu fui no instinto e fui feliz”, relembrou Marcos anos depois.
Um jogo que transcendeu o futebol
Aquele confronto foi mais do que um jogo. Foi uma batalha por identidade, por hegemonia, por orgulho. A derrota marcou profundamente o Corinthians, que só viria conquistar sua primeira Libertadores 12 anos depois, em 2012. Já o Palmeiras, mesmo sem o título naquele ano, cravou sua mística de time copeiro, imortalizado pelas defesas de Marcos e pela garra de um grupo resiliente.
Hoje, 25 anos depois, os torcedores ainda discutem, relembram e revivem aquele momento com paixão e emoção. O pênalti de Marcelinho virou símbolo — para uns, de trauma; para outros, de glória.
Um clássico eterno
Na história do futebol sul-americano, poucos confrontos conseguem reunir tanta tensão, qualidade técnica, rivalidade e drama quanto aquele Palmeiras x Corinthians de 2000. E é por isso que, mesmo depois de tanto tempo, ele segue pulsando no coração de quem vive o futebol como algo maior que o jogo.
Porque ali não foi só uma semifinal. Foi um divisor de águas. Um capítulo eterno.