
Miguelito, do América-MG, segue preso após acusação de injúria racial contra Allano, do Operário-PR
O meia Miguelito, do América-MG, permanece detido em Ponta Grossa (PR) após ser acusado de injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR, durante partida disputada no último domingo (4), válida pela Série B do Campeonato Brasileiro. O episódio foi registrado na súmula pelo árbitro Alisson Sidnei Furtado, do Tocantins.
Segundo o documento oficial da arbitragem, aos 30 minutos do primeiro tempo, Allano comunicou ao árbitro que foi chamado de “preto cagão” por Miguel Angel Terceros Acuna, número 07 do América-MG. O árbitro relatou, no entanto, que nem ele nem sua equipe ouviram a suposta ofensa.
Apesar disso, o protocolo antirracismo da CBF foi imediatamente acionado. “Foi realizada a paralisação do jogo, com o gesto antirracista e anúncio no estádio explicando o motivo da interrupção, alertando que, caso o incidente persistisse, a partida seria suspensa”, escreveu o árbitro na súmula.
Outro incidente citado no documento foi uma agressão sofrida por um jogador do América-MG. O zagueiro Pedro Barcelos relatou ter recebido uma cusparada vinda da arquibancada, supostamente de um torcedor do Operário. A polícia militar foi acionada, identificou o infrator e o retirou do local.
Diante da gravidade da acusação, Miguelito permanece no Paraná acompanhado do CEO do clube e do supervisor de futebol. O restante da delegação retornou para Belo Horizonte. O América-MG ainda não se pronunciou oficialmente, e a CBF também segue em silêncio sobre o caso.
Já o Operário-PR publicou nota de apoio ao seu atleta e criticou a continuidade da partida após a denúncia.
“O Operário Ferroviário irá prestar todo apoio ao jogador Allano e lamenta a continuidade da partida sem modificações, uma vez que o protocolo foi acionado. Estamos buscando imagens claras que confirmem a alegação”, informou o clube paranaense.