
A FIFA pretende iniciar consultas formais com clubes e confederações após a edição de 2025 do novo Mundial de Clubes, com o objetivo de avaliar a possibilidade de expansão do torneio para 48 equipes a partir de 2029. A informação foi divulgada nesta semana pelo jornal britânico The Guardian, que destacou o descontentamento de grandes clubes europeus como um dos principais motores dessa iniciativa.
A versão de 2025 do Mundial de Clubes, marcada para acontecer nos Estados Unidos, já será a primeira com um novo formato que contempla 32 equipes, distribuídas entre diferentes confederações continentais. No entanto, mesmo com a ampliação, nomes de peso do futebol europeu, como Arsenal, Liverpool, e outros clubes de tradição, ficaram de fora da disputa — o que gerou críticas sobre os critérios de classificação adotados pela entidade máxima do futebol mundial.
Segundo a publicação, a FIFA reconhece a insatisfação de clubes que, embora tenham forte apelo comercial, histórico esportivo expressivo e grandes torcidas, não conseguiram se classificar. A entidade estaria preocupada com a perda de atratividade comercial do torneio, caso continue excluindo equipes de alto prestígio global.
A possível expansão para 48 clubes, semelhante ao que já foi confirmado para a Copa do Mundo de seleções a partir de 2026, poderia permitir uma representação mais ampla de equipes tradicionais e emergentes. Ainda segundo o The Guardian, essa mudança está em fase embrionária, e qualquer decisão definitiva dependerá do feedback que a FIFA receberá em suas consultas formais, previstas para o segundo semestre de 2025.
Especialistas em marketing esportivo afirmam que o torneio representa uma oportunidade estratégica para a FIFA ampliar sua influência nos mercados asiático e norte-americano, onde há grande potencial de crescimento para clubes e ligas europeias. Uma edição com mais participantes também poderia ajudar a distribuir melhor as receitas comerciais e aumentar o número de jogos de interesse global.
No entanto, a proposta não está livre de críticas. Entidades como a Associação de Clubes Europeus (ECA) e diversas ligas nacionais já demonstraram preocupação com o calendário apertado, que se tornaria ainda mais congestionado com um torneio expandido. Há também temores de que o desgaste físico dos atletas se intensifique, em meio a uma temporada já saturada de compromissos domésticos e internacionais.
O debate está lançado, e o futuro do Mundial de Clubes — tradicionalmente um torneio de menor protagonismo em relação à Liga dos Campeões da UEFA ou à própria Copa do Mundo de seleções — pode ganhar nova relevância no cenário esportivo global. A edição de 2025 servirá como um importante teste para avaliar o apelo e a viabilidade do formato reformulado.