O histórico primeiro turno do Botafogo indicava o fim do jejum de 28 anos sem título do Brasileirão. Avassalador, o time abriu 13 pontos de vantagem na metade do campeonato. Porém, a expectativa para levantar a taça em 2023 ficou no imaginário da torcida. Da falta de comando no Brasil à centralização das decisões importantes em John Textor, o Botafogo desperdiçou a maior vantagem da história dos pontos corridos no Brasileiro. O time teve cinco treinadores ao longo do torneio e deu adeus ao título antes mesmo da última rodada.
O Alvinegro começou o Brasileirão pressionado depois de um Campeonato Carioca fraco. Foi o único dos quatro grandes a não chegar às semifinais e teve que disputar a Taça Rio para garantir vaga na Copa do Brasil de 2024.
Internamente, Luís Castro sempre avisou à diretoria que precisava de tempo para treinar e reclamava do calendário do futebol brasileiro, afirmando que o Carioca não dava condições ideias de preparação da equipe. O português chegou a ter a demissão debatida após a eliminação no estadual, mas recebeu voto de confiança de John Textor.
A relação entre o português e o norte-americano, inclusive, sofreu um choque no começo do ano. O treinador pediu seis reforços de nível alto em reunião no fim de 2022, indicando posições carentes no elenco. Textor, em investimento menor, contratou Luís Segovia, Carlos Alberto, Marlon Freitas e Di Plácido para o início do Carioca.
Castro, irritado com o pedido não atendido, passou a criar narrativas com o intuito de fazer a insatisfação ser propagada. Em coletivas, mandou indiretas sobre a falta de reforços em alguns momentos.
