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Entenda a lei que impediu Hugo Calderano de entrar nos EUA para disputar torneio

Entenda a lei que impediu Hugo Calderano de entrar nos EUA para disputar torneio

O mesatenista brasileiro Hugo Calderano foi impedido de entrar nos Estados Unidos nesta quinta-feira (3) devido a uma visita feita a Cuba em 2023. O atleta, atual destaque do tênis de mesa nacional e principal esperança de medalha olímpica do Brasil na modalidade, tentava ingressar no país para disputar um campeonato internacional em Los Angeles.

De acordo com informações divulgadas por sua equipe, a negativa ocorreu no momento da imigração, no aeroporto americano, e surpreendeu o atleta e os organizadores do evento. A restrição se baseia em uma medida de segurança dos EUA criada em 2015, que proíbe ou dificulta o acesso de estrangeiros que tenham viajado para países considerados “de interesse ou preocupação” pelo governo americano.

Entre os países listados estão Irã, Síria, Coreia do Norte e Cuba, que voltou a figurar nessa lista após a reversão de algumas políticas de aproximação que haviam sido adotadas durante o governo Obama.

Viagem a Cuba em 2023
Calderano esteve em Cuba em 2023 para compromissos relacionados ao esporte, incluindo treinamentos e possíveis eventos de intercâmbio técnico. A visita, no entanto, acabou gerando um impedimento burocrático para sua entrada em solo norte-americano — mesmo sem qualquer natureza política envolvida.

Repercussão e apelos
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) já se mobilizou junto às autoridades diplomáticas e à organização do torneio para tentar reverter a situação. Em nota oficial, a entidade classificou o impedimento como “um entrave desproporcional à prática esportiva” e pediu celeridade na análise do caso.

Nas redes sociais, fãs e atletas protestaram contra a decisão e manifestaram apoio a Calderano, que hoje ocupa posição de destaque no ranking mundial da modalidade e se prepara para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.

O que diz a lei americana
A medida que impediu a entrada de Calderano está vinculada ao Visa Waiver Program Improvement and Terrorist Travel Prevention Act, aprovado pelo Congresso dos EUA em 2015. Ela determina que cidadãos de determinados países que visitaram nações listadas como de risco nos últimos anos precisam obter um visto especial — e não podem entrar no país apenas com autorização eletrônica (ESTA), geralmente utilizada por europeus e outros viajantes.

Como o Brasil não faz parte do programa de isenção de visto, não está claro se Calderano teve seu visto comum revogado ou se houve recusa específica na entrada — algo que ainda será esclarecido pelas autoridades.


A situação de Hugo Calderano reacende o debate sobre o impacto de políticas diplomáticas em atividades esportivas e pode influenciar a presença de atletas brasileiros em eventos futuros nos Estados Unidos.

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