O Santos oficializou, na última terça-feira (27), o pedido de desligamento de Pedro Martins do cargo de CEO. O executivo havia assumido a função em dezembro do ano passado e vinha liderando o departamento administrativo do clube, com base no CT Rei Pelé.
A saída de Martins ocorre em meio a um cenário conturbado nos bastidores do clube, que vive fase de reestruturação após o rebaixamento inédito para a Série B do Campeonato Brasileiro, em 2023. A diretoria santista já iniciou a busca por um novo nome para o cargo, com sondagens sendo realizadas junto a dirigentes da Série A e Série B. A estratégia, no entanto, é conduzida com cautela, uma vez que os alvos estão atualmente vinculados a outras agremiações.
Internamente, ainda não há definição sobre a cobrança de multa rescisória. O contrato de Pedro Martins previa uma penalização equivalente a cinco salários em caso de saída antecipada, mas a diretoria analisa o cenário antes de tomar uma decisão.
Propostas não acatadas e desgaste interno
Durante sua gestão, Pedro Martins propôs uma série de mudanças administrativas e estruturais com foco na modernização do clube. Porém, parte significativa de suas sugestões não foi acatada, o que gerou incômodo e contribuiu para o desgaste de sua permanência.
O estopim para a perda de força política de Martins teria ocorrido após uma entrevista coletiva concedida em 15 de abril. Na ocasião, ele lamentou a saída do técnico Pedro Caixinha e criticou o ambiente interno da Vila Belmiro, atribuindo à desorganização e às trocas frequentes de treinadores e jogadores o rebaixamento do clube. Uma de suas declarações mais marcantes foi a crítica ao apego excessivo ao passado: “O saudosismo vai matar o clube”.
Carreira sólida no futebol
Pedro Martins, de 54 anos, é formado em Administração e possui MBA em Indústria do Futebol pela Universidade de Liverpool, na Inglaterra. Com passagens por clubes como Cruzeiro, Vasco, Botafogo SAF, Olé Brasil e Ferroviária, também atuou como vice-presidente de Competições da Federação Paulista de Futebol (FPF) e integrou o corpo diretivo do Queens Park Rangers, na Inglaterra.
Novas mudanças na diretoria
Além da procura por um novo CEO, o Santos também busca um coordenador de futebol para atuar no CT Rei Pelé. Um dos nomes sondados foi o do ex-jogador Paulinho, atualmente no Mirassol. Contudo, o ex-volante recusou a oferta santista para seguir seu trabalho no clube do interior paulista. Paulinho também teria recebido uma proposta do Sport.
Com um início de temporada instável dentro e fora de campo, o Santos tenta acelerar o processo de reorganização estrutural para buscar o retorno à elite do futebol nacional ainda em 2025.