O Artilheiro Comentarista
Técnico do Inter, Roger comenta homenagem a Luighi, do Palmeiras, e critica punição

Técnico do Inter, Roger comenta homenagem a Luighi, do Palmeiras, e critica punição

Uma das principais vozes antirracistas do futebol brasileiro e único treinador negro na Série A, o técnico do Inter, Roger Machado, comentou nesta sexta-feira sobre o caso de racismo sofrido pelo atacante Luighi, do Palmeiras, em jogo pela Commebol libertadores sub20.

Roger concedeu entrevista coletiva após o treino da manhã para projetar o Gre-Nal de domingo, em jogo que decide o Campeonato Gaúcho, e foi questionado sobre a homenagem feito ao jogador do Palmeiras no clássico da semana passada, na Arena do Grêmio.

Em vez do tradicional fardamento da comissão técnica, o treinador colorado usou uma camiseta preta, com o desenho do escudo do Inter estilizado com um punho erguido para o alto, gesto tradicional da luta antirracista. O treinador explicou a homenagem. 

– Usei a camisa no primeiro Gre-Nal em solidariedade a ele (Luighi) e a tudo que ele sofreu. Penso que, na lucidez de sua pouca idade, a maturidade de um menino que se debulhava em lágrimas pelo crime cometido contra ele, deu uma das maiores declarações de lucidez dos últimos anos. Me marcou muito ele mencionar que, além de todo o processo envolvido, ali era formação, eles estavam aprendendo. De que forma vão aprender tudo isso? – questionou o treinador.

Por causa dos atos racistas praticados por torcedores, o Cerro Porteño, do Paraguai, foi punido pela Conmebol com uma multa no valor de 50 mil dólares (cerca de R$ 288 mil), além de ter de jogar sem a presença da torcida nos jogos da equipe durante a Libertadores sub-20. Roger Machado considerou a punição muito branda. 

– Me custa pensar que a punição para o caso foi muito branda. Se espera que o esporte eduque a sociedade, nós que estamos do lado de cá passemos boas mensagens para fora, sendo que de fora não vem coisas boas. De novo, futebol para mim é o extrato da sociedade. Não só no Brasil, é no mundo inteiro. Há casos que se repetem com uma frequência muito grande e não há uma punição exemplar para que as coisas mudem de patamar. Mas a gente segue na luta – concluiu Roger.

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