
Do ponto de vista esportivo, parece óbvio que a Conmebol precisa dar os três pontos ao Fortaleza, após o Colo Colo e as autoridades chilenas não conseguirem oferecer mínima segurança.
A investigação sobre as mortes de duas pessoas, de 18 e 13 anos, dirá o nível de envolvimento e atropelamento por um caminhão da polícia e se isto causou o esmagamento dos torcedores.
O caos social não precisa de investigação. Parte do público tentou invadir e a Polícia da América Latina normalmente tem dificuldade para separar seu papel de repressora de organizadora…
Aconteceu em outros momentos, na Europa. Em 1982, sete anos após a morte de Francisco Franco, uma faixa do sindicato Solidariedade foi exposta no Camp Nou, em Barcelona, durante o empate Polônia 0x0 União Soviética, em plena Copa do Mundo.
A polícia catalã imediatamente censurou o movimento polonês usando cassetetes.
A repressão tinha saído do governo, mas não das instituições espanholas. Contraste com o verso de Caetano Veloso, em London Londo, canção composta durante seu exílio em Londres: “A group approaches a policeman, He seems so pleased to please them.”
Um grupo de pessoas aborda um policial. Ele parece tão satisfeito em servi-los.
Não agredi-los.
Houve tumultos na final da Copa América, em Miami, 2022. Já houve na final da Champions, em Paris, 2024. Ninguém está imune, daí ser maior a importância do trabalho preventivo, mais do que repressivo, de policiais.
A tragédia aparentemente iniciada pela polícia chilena pode acontecer no Brasil, Argentina, Peru, Equador, Paraguai, Estados Unidos e qualquer lugar em que a repressão é maior do que a educação.